terça-feira, 14 de abril de 2009

Câmera na en-cruz-ilhada


Ramificação, rizoma, este blog tem sua origem em vários pontos possiveis. A câmera na en-cruz-ilhada busca olhar as diversas possibilidades e manifestações que o cinema explorou ou roçou ao longo de sua história. Se a cinéfilia é uma doença que busquemos uma outra saúde, que é também a construção de uma outra subjetividade, um outro olhar, de imagens novas e o frescor da invenção. Partir junto com as imagens que nós carregamos após uma sessão e não somente guarda-las como tesouros, segredos e toda a perfídia do discurso pronto. Nada de Necro-Cinéfilia. É preciso também uma A-Cinefilia, a ignorância é também o nosso ponto de partida. Se o cinema é um campo de batalha, uma selva, vamos então procurar as trincheiras e as picadas por onde podemos caminhar mais livremente e onde possamos resistir ás imagens tristes e hegemônicas. Combater o fruto amargo da televisão: o esquecimento...

O cinema como o eterno mistério é para ser vivido e pensado, isso é certo. Boteco depois da sessão, solidão da sala escura, o terror das imagens que nos tocam e marcam. Entre o coletivo e o individual uma torrente de imagens fortes, que a tudo mistura sacudindo as representações mais secretas que trazemos conosco. É assim que a própria imagem do pensamento se encontra ameaçada na en-cruz-ilhada. Enfim o pensamento se torna possivel, consquistemos a inocência do olhar de espanto, olhos de primeira vez. Não serão mais os olhos que serão de ressaca e sim o proprio pensamento. Tufão, ressaca, erupção nada menos que essas potências. No boteco fala-se auto, gesticula-se e na solidão choramos de júbilo e emoção... Se não for assim não presta, pois como espectadores encostamos no campo de batalha, o recriamos na nossa cabeça,nas nossas conversas, sonhamos com as imagens por dias, nos encontramos na presença de planos e personagens no meio da cidade. É isso o cinema. Interpenetração entre vida e arte, vivência em lugares exóticos, situações limites da criação, comando de pelotões e gangues, perdidos numa noite suja vivendo a doce vida, afinal é a vida: Salve-se quem puder....

2 comentários:

  1. Mas Danilo, este teu texto me trouxe à mente diversas cenas de filmes. O grande problema do cinema é q ele é encarado como um "a parte" da vida, quando isso é totalmente o contrário. A vida passa por dentro do cinema com todo seu valor. Para mim, é impossível separar uma coisa da outra - tenho uma concepção sganzerliana, nesse sentido, vide "O Signo do Caos" - e não consigo conceber minha vida sem "salve-se quem puderes" e "doces vidas" da vida, por aí...
    Só te digo q, se eu fosse vc, continuaria postando mais nesse blog, rapaz. Já faz mais de um mês q vc fez esse post, e não atualizou ainda.
    Agradeço pelo prestígio! fico deveras contente, quando entro no blogspot e vejo um comentário altamente encorajador como o tel. Obrigado, rapaz!

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  2. como o teu*
    q erro grosseiro de digitação, Danilo, esse meu! Desculpe!
    hehe

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